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quinta-feira, 29 de novembro de 2012

O retorno do Patinho Feio


Alfonso era o mais belo cisne do lago Príncipe  de Astúrias. Todos os dias ele contemplava sua imagem refletida nas águas daquele chiquérrimo e exclusivo condomínio para aves milionárias. Mas Alfonso não se esquecia de sua origem humilde. 
- Pensar que, não faz muito tempo, eu era conhecido como o Patinho Feio... 
Um dia, ele sentiu saudades da mãe, dos irmãos e dos amiguinhos da escola. Voou até a lagoa do Quaquenhá. O pequeno e barrento local de sua infância. A pata Quitéria conversava com as amigas, chocando sua quadragésima ninhada. Alfonso abriu suas largas asas brancas. 
- Mamãe! Mamãe! Você se lembra de mim?
Quitéria levantou-se muito espantada.
- Se-se-senhor cisne... quanta honra... mas creio que o senhor se confunde...
- Mamãe...?
- Como poderia eu ser mãe de tão belo e nobre animal?
Não adiantou explicar. Dona Quitéria balançava a cabeça. 
- Esse cisne é mesmo lindo... mas doido de pedra, coitado...
Alfonso foi então procurar a Bianca. Uma patinha linda do pré-primário. Que vivia chando Alfonso de feio. 
- Lembra de mim, Bianca? Gostaria de me namorar agora? He, he, he...
- Deus me livre! Está louco? Uma pata namorando um cisne! Aberração da natureza...
Alfonso respirou fundo. Nada mais fazia sentido por ali. Resolveu procurar um famoso bruxo da região. Com alguns passes mágicos, o feiticeiro e astrólogo Omar Rhekko resolveu o problema. Em poucos dias, Alfonso transformou-se num pato adulto. Gorducho e bastante sem graça. Dona Quitéria capricha fazendo lasanhas para ele. 
- Cuidado para não engordar demais, filhinho.
Bianca faz um cafuné na cabeça de Alfonso.
- Gordo... pescoçudo... bicudo.... Mas sabe que eu acho você uma gracinha?
Viveram felizes para sempre. 
(Marcelo Coelho)

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

O Tratamento da Oralidade em Sala de Aula – Uma Reflexão!





Por Cássio José

Universidade Federal do Ceará - UFC

Início de Conversa

Se considerarmos as orientações dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) alinhadas aos estudos da Linguística Aplicada, além, é claro, dos apontamentos dos pesquisadores em Educação, só há espaço na escola para o ensino produtivo. Você, ao ler essa assertiva, já deve ter encontrado várias razões para justificar esse posicionamento, então, para refletirmos, vamos discutir acerca de algumas questões.
           
É papel da escola fazer com que os discentes tornem-se cidadãos críticos e conscientes, tendo tanto as competências e domínios do saber quanto postura autônoma e crítica no meio social. Logo na Introdução aos Parâmetros Curriculares Nacionais encontramos o seguinte:

O propósito do Ministério da Educação e do Desporto, ao consolidar os Parâmetros, é apontar metas de qualidade que ajudem o aluno a enfrentar o mundo atual como cidadão participativo, reflexivo e autônomo, conhecedor de seus direitos e deveres.


No entanto, o que se percebe quanto ao tratamento das modalidades da oralidade e da escrita, é um pesado investimento nesta em detrimento de estranheza daquela, desprezando-a nos âmbitos escolares no que diz respeito a seu tratamento como interação social.


Escrita versus Oralidade

            É atribuição do Profissional da Educação não somente levar conteúdos programáticos para seus alunos, muito embora isso já seja muito complexo por motivos muitos. Um deles, pode ser o surgimento e discussão expandida das novas concepções teóricas e metodológicas que se levantam na modernidade. Mas, coexistente a isso, o docente deve proporcionar, através de suas aulas, momentos de aproveitamento a se provocar habilidades e competências além-escola.  Por tano, deve haver uma formação integral: conhecimento intelectual unido à formação pessoal e social do aluno.

O ato de ler se configura num conjunto de habilidades e conhecimentos linguísticos e psicológicos, estendendo-se, desde a habilidade de decodificar palavras escritas, até a capacidade de compreender textos escritos. Não são categorias polares, mas complementares: ler é um processo de relacionamento entre símbolos escritos e unidades sonoras, e é, também, um processo de construção da interpretação de textos escritos.

Tal como a leitura, também a escrita, na sua dimensão individual, é um conjunto de habilidades e conhecimentos linguísticos e psicológicos, não só numerosos e variados, mas radicalmente diferentes das habilidades e conhecimentos que constituem a leitura.



Assim sendo, as habilidades e conhecimentos de leitura se estendem desde a habilidade de decodificar palavras escritas e da capacidade de integrar informação obtida de diferentes textos, até à habilidade de, simplesmente, transcrever sons ou à capacidade de comunicar-se adequadamente com um leitor em potencial. E, tal como foi afirmado com relação à leitura, também aqui não são categorias polares, porém, complementares: escrever é um processo de relacionamento entre unidades sonoras e símbolos escritos e, ainda, um processo de expressão de ideias e de organização do pensamento sob forma escrita.


Os vários estudos da linguística demonstraram que existe uma enorme distância entre os modelos de língua, praticados socialmente, e a norma culta inserida na escola. No interior da escola há uma verdadeira neurose normativista que, incorporada pelos estudantes, vai acompanhá-los pela vida afora, dificultando-lhes o trânsito autônomo nas práticas sócioverbais mais complexas.


            Sabendo disso, queremos discorrer aqui a discussão de que há um estranhamento no tratamento entre a escrita e a oralidade. As competências e modalidades da oralidade e escrita são propostas de maneira dissociada de seus usos. Há um destaque para o trabalho da escrita e desvalorização para com a oralidade, deixando-a no esquecimento.


            Isso pode provocar a formação de cidadãos incapazes de usar as duas habilidades no contexto social.


Por que não mudar?

A proficiência no uso da linguagem é um processo que dura por toda a vida, sempre haverá espaço para o aprimoramento da competência comunicativa.

            O professor deve fazer com que seus alunos percebam que ambas são importantes no contexto social. Por tanto, deve trabalhar as duas modalidades de maneira que seus alunos sejam envolvidos em atividades em que haja conjunção tanto da oralidade quanto da escrita. Uma está em detrimento da outra. Para isso, pode rever sua metodologia em sala de aula e critérios de avaliação.
            No âmbito social o aluno formado tornar-se-á um cidadão crítico e consciente, sabedor de seus direitos e deveres. Em cada situação comunicacional terá um posicionamento maduro e eficaz.      

Avaliação de Língua Portuguesa 6. "C" e "E"- GABARITO E COMENTÁRIOS DE CADA QUESTÃO


Observação: As opções em negrito e sublinadas são as opções corretas. Abaixo de cada questão, temos alguns comentários subsequentes às questões.                                                                        

Texto para as questões:
Sempre o Juquinha

No primeiro dia de aula, a professora explica que vai testar a capacidade de raciocínio das crianças, fazendo-as ligar determinadas características ao animal certo. Chama o Juquinha e começa:
– Quem pia é...
– Pião! – diz o garoto terrível.
Com paciência, a professora diz que é o pintinho da galinha que pia.
– Vou lhe dar outra chance: quem ladra é...
– Ladrão!
A professora, irritada, explica que é o cachorro.
– Seu Juquinha, vou lhe dar a última chance: quem muda de cor é...
E o Juquinha:
– Semáforo!
Almanaque Brasil de Cultura Popular. São Paulo, ano 2, n. 15, jun. 2000, p. 30.

1)    Nos trechos “– Quem pia é ...”; “quem ladra é...”; “quem muda de cor é...”, o uso das reticências, em relação ao aluno, reforça a:

(A) oportunidade de completude da fala.
(B) informação sobre extinção de animais.
(C) expressão de irritação da professora.
(D) falta de resposta dos alunos.

No caso dessa questão, percebemos que na medida em que a professora fala algo, ela dá oportunidade para que os seus alunos complementem a fala dela, o que, no caso, é próprio das reticências (...), que é um sinal de pontuação nos textos.  

2)    No trecho: “A professora explica que vai testar a capacidade de raciocínio das crianças”, a expressão em destaque é:


(A) substantivo.
(B) adjetivo.
(C) locução verbal.
(D) pronome.



Como explicado na sala de aula, locução, no pensamento da gramática é a “junção de, união de” duas ou mais “coisas” que pertencem ou têm ideia da mesma função gramatical. No caso da questão, a expressão “VAI TESTAR” são 2 verbos, por tanto, locução (junção, união...) de dois verbos juntos, o que o faz tornar-se LOCUÇÃO VERBAL.   

3)    Os verbos explica, chama, diz e vou ficam no modo infinitivo, respectivamente, da seguinte maneira:



(A) explicar, dizer, ir e chamar.
(B) explicar, chamar, dizer e ir.
(C) explicar, ir, dizer e chamar.
(D) explicar, chamar, dizer e ir.




Como eu cometi erro de nas opções (ao colocar 2 opções iguais!), quem marcou a “B” ou a “D” ou as 2 ao mesmo tempo eu considerei como correta. Quanto ao comentário, nem precisa né? Basta ver as terminações (explicar (AR); chamar (AR); dizer (ER) e ir (IR), as palavras explica, chama, diz e vou na ORDEM, por isso RESPECTIVAMENTE.


4)    São verbos que se enquadram na primeira conjugação:



(A) explicar, chamar e dizer.
(B) explicar, chamar e testar.
(C) explicar, chamar e ir.
(D) explicar, dizer e ir.


Essa daqui não há nem necessidade de comentários.


5)    Os verbos dizer, chamar e ir pertencem, respectivamente, às seguintes conjugações:



(A) segunda, primeira e terceira.
(B) segunda, terceira e primeira.
(C) terceira, segunda e primeira.
(D) terceira, primeira e segunda.



Essa questão era só ter o cuidado de verificar as terminações e responder pela ordem, por isso, RESPECTIVAMENTE, como comentado em sala de aula. Veja:

DIZER É DA PRIMEIRA, CHAMAR É DA SEGUNDA e IR É DA TERCEIRA CONJUGAÇÃO.



Texto para as questões 6 e 7:



Maurício de Souza. As melhores tiras da Mônica. São Paulo: Globo, 2006.

6)    A expressão “CHUAC!” reproduz:
(A) o som do beijo da personagem no sapo.
(B) o susto que o sapo levou ao ser beijado.
(C) o surgimento de uma ideia repentina.
(D) o desejo realizado por um príncipe.

Se você observar na tirinha acima, o balãozinho está apontando para Mônica e não para o sapo que está em suas mãos. Então, a expressão CHUAC (que é uma ONOMATOPEIA, palavra que representa o som de algo), é o som do beijo da personagem Mônica.

7)    No último quadrinho, a fisionomia do sapo mais os corações ao seu redor revelam:
(A) medo em relação à atitude da personagem Mônica.
(B) reconhecimento do assombro vivido pela personagem Mônica.
(C) encantamento do personagem em relação à transformação ocorrida.
(D) curiosidade do personagem sobre a presença da “fada madrinha”.


Se observarmos com atenção na tirinha, no ultimo quadrinho, basta olhar para o rosto do sapo e seu olhar para com a Mônica e verificar que ele fica surpreso sim, mas encantado quando vê alguém que agora se corporizou em animal.

Texto para as questões de 8 a 11: Conjugação (Affonso Romano de Sant'Anna)


Eu falo
tu ouves
ele cala.
Eu procuro
tu indagas
ele esconde.

Eu planto
tu adubas
ele colhe.
Eu ajunto
tu conservas
ele rouba.

Eu defendo
tu combates
ele entrega.

Eu canto
tu calas
ele vaia.

Eu escrevo
tu me lês
ele apaga



8)    Retire do poema acima todos os verbos, passe-os para o modo infinitivo e diga qual a sua conjugação.
Veja a tabela abaixo com as devidas conjugações subsequentes:
1.    Conjugação
2.    Conjugação
3.    Conjugação  
Falo de falar  (infinitivo)
Esconde de esconder(infinitivo)
Ouves de ouvir
Cala de calar
Colhe de colher

Procuro de procurar
Defendo de defender

Indagas de indagar
Combates de combater

Planto de plantar
Escrevo de escrever

Adubas de adubar
Lês de ler

Ajunto de ajuntar


Conservas de conservar


Rouba de roubar


Entrega de entregar


Canto de cantar


Calas de calar


Vaia de vaiar


Apaga de apagar



9)    Conjugue os verbos falar e plantar no Pretérito Perfeito, Presente e Futuro do Presente do Indicativo.

Como comentei nas explicações, basta você descobrir o radical e complementar com as terminações estabelecidas pela conjugação em questão. No caso, as que se enquadram em “AR”. O verbo falar tem o radical FAL (tirei o “AR”) e PLANTAR tem o radical PLANT (tirei o “AR”). Então, as conjugações ficam da seguinte maneira:  

Falar

Pretérito Perfeito
Presente
Futuro do Presente
Eu falei
Eu falo
Eu falarei
Tu falaste
Tu falas
Tu falarás
Ele/ela falou
Ele/ela fala
Ele/ela falará
Nós falamos
Nós falamos
Nós falaremos
Vós falastes
Vós falais
Vós falareis
Eles /elas falaram
Eles/ elas falam
Eles/elas falarão
                                                                           

Plantar


Pretérito Perfeito
Presente
Futuro do Presente
Eu plantei
Eu planto
Eu plantarei
Tu plantaste
Tu plantas
Tu plantarás
Ele/ela plantou
Ele/ela planta
Ele/ela plantará
Nós plantamos
Nós plantamos
Nós plantaremos
Vós plantastes
Vós plantais
Vós plantareis
Eles /elas plantaram
Eles/ elas plantam
Eles/elas plantarão


10) Produza um pequeno texto de apenas 10 linhas observando a gravura abaixo. Dê um título. Seja bem criativo. 

Essa questão fica a critério do aluno!

Boa Sorte! Mas não conte somente com ela. Deus abençoe poderosamente!