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sexta-feira, 24 de maio de 2013

Enquanto o país ocupa o penúltimo lugar em ranking de educação, disseminam-se funk e violência em salas de aula


Segundo ranking realizado pela Pearson Internacional (referido em matéria de O GLOBO), o Brasil ocupou, em uma lista de 40 países, a penúltima colocação - a despeito de constituir a sexta economia do Mundo -, estando à frente apenas da Indonésia. Tal ranking utiliza informações de resultados de três testes aplicados a alunos do 5º e do 9º ano do ensino fundamental.

Os dados provém do PIAE (Programa Internacional de Avaliação de Estudantes), do TEIMC/TIMSS (Tendências de Estudo Internacional de Matemática e Ciência) e do PEIA/PIRLS (Progresso no Estudo Internacional de Alfabetização). Tais índices abrangem resultados e habilidades matemáticas, científicas e de leitura.

Neste contexto, proliferam-se, nas escolas, demonstrações eróticas - quando não pornográficas - de funk, realizadas por menores de idade, agressões de alunos contra professores, brigas entre gangues e espancamentos realizados entre alunos. 

Ao mesmo tempo, noticiam-se, diariamente, fechamentos de escolas, redução em valores de investimentos na educação pública, acréscimo de violência no interior das escolas e no entorno, além de índices preocupantes no que toca aos resultados em aprendizagem. Infelizmente, as "novidades" acabam se restringindo ao lado negativo, não havendo melhorias, ainda que mínimas, no estado da educação pública. Infelizmente, poucos ainda podem entender esta situação, pois os índices de analfabetismo funcional, lamentavelmente, crescem e atingem níveis absurdos. Até quando perdurará esta situação?

Caio Barbosa é sociólogo.

Mais de 40% dos professores em SP já sofreram violência de alunos


Professora agredida por aluno
O Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp) e o Instituto Data Popular fizeram uma pesquisa chamada "Violência nas escolas: O olhar dos professores", questionando 1400 docentes em 167 escolas estaduais sobre o tema da violência. E constataram que 4 a cada de 10 professores (44%) da rede de ensino em São Paulo já sofreram, ao menos uma vez, violência dentro das escolas. Mais de 57% dos professores consideram as escolas em que atuam um local de grande violência.

Outros dados preocupantes: quase um a cada cinco (24%) já foi roubado; 72% viram alunos brigando; 35% já foram ameaçados dentro da escola; 36% não se sentem seguros no entorno das escolas; entre outros.

Renato Meirelles, sócio-diretor do Data Popular, afirmou ao Uol que "os professores já chegam para trabalhar em um ambiente em que não se sentem seguros. Quanto mais afastado do centro, maior a sensação de insegurança" (18% dos docentes, de acordo com a pesquisa, não se sentem seguros dentro da escola).
Soluções
Alunas brigando em sala de aula

O estudo apurou também que quatro a cada dez escola não possuem projeto para o combate àviolência. Sobre essa apuração Meirelles dispara: "Um dos caminhos efetivos é envolver a comunidade em um programa contra a violência. É preciso reunir professores, alunos, pais de alunos e o governo para combater essa epidemia". 

O supervisor do sistema de proteção escola da Secretaria da Educação do Estado de São Paulo, Felippe Angeli, disse que há uma pasta com sistema de segurança escolar desde 2009, mediand/o conflitos e diminuindo a violência, inclusive com assessoria da Polícia Militar. 

De acordo com Angeli, a pesquisa demonstrou "a necessidade de todos os atores envolvidos [no sistema educacional - tanto professores quanto alunos e suas respectivas família - ] conhecerem as questões para juntos encontrarem soluções para o problema".

Caio Barbosa é sociólogo.

http://www.folhapolitica.org/2013/05/44-dos-docentes-em-sp-ja-sofreram.html