segunda-feira, 10 de junho de 2013
Palestra: Conhecendo o universo das Drogas
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quinta-feira, 6 de junho de 2013
Milhares de cristãos em Brasilia a favor da família e contra aborto e união gay.
Estadão
Milhares de evangélicos participaram nesta quarta-feira, 5, de uma manifestação em Brasília, convocada por pastores e liderada por Silas Malafaia, em defesa da liberdade religiosa. Pastores e políticos fizeram ataques ao movimento LGBT, ao governo federal e ao poder Judiciário.
A
assessoria de imprensa da Polícia Militar informou que estimativa era
de um público de 40 mil pessoas. A organização estimou em 70 mil o
número de presentes e informou ter gasto R$ 500 mil na realização do
evento, incluindo propagandas televisivas convocando o público. A
Associação Vitória em Cristo arcou com os custos.
Principal
organizador do evento, o pastor Silas Malafaia foi quem falou por mais
tempo e fez o discurso com mais ataques aos “adversários” dos
evangélicos. Ele começou com diversas críticas ao que chamou de
“ativismo gay”, em referência ao movimento LGBT.
“O
crime de opinião foi extinto e o ativismo gay quer dizer que a minha
opinião sobre a união homoafetiva é crime. Nós chamam de
fundamentalistas, mas eles são fundamentalistas do lixo moral, o
ativismo gay é o fundamentalismo do lixo moral”, afirmou Malafaia.
“Tentam comparar com racismo, mas raça é condição, não se pede para ser
negro, moreno ou branco. Homossexualidade é comportamento. Ninguém nasce
homossexual”, complementou.
Malafaia
criticou o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Conselho Nacional de
Justiça (CNJ) por terem “na caneta” aprovado a união civil entre pessoas
do homossexual e obrigar cartórios a registrar o casamento gay.
Criticou ainda o governo pela indicação de Luís Roberto Barroso para o
STF por ele já ter defendido a legalização do aborto. Atacou ainda o PT
destacando o julgamento do mensalão e sugerindo que a indicação de
Barroso poderia ter como objetivo absolver os condenados. “O povo quer
ver os mensaleiros na cadeia”, disse. Encerrou destacando ser o objetivo
do evento mostrar a força dos evangélicos. “Esse nosso evento é um
ensaio, um exercício de cidadania. Não somos cidadãos de segunda classe,
vamos influenciar a nação”.
Um
dos mais ovacionados pelo público foi o pastor Marco Feliciano
(PSC-SP), presidente da comissão de Direitos Humanos da Casa. Ele citou
em seu discurso os ataques que sofreu desde que assumiu a comissão.
“Depois de 90 dias no vale da sombra, das mortes, estou aqui para dizer
que represento vocês”, disse Feliciano. Ele afirmou ainda que a
“família” tem de vir antes do governo e da sociedade e concluiu seu
pronunciamento dizendo esperar pela eleição de um presidente da
República evangélico.
Outro
tema que motivou protestos de vários dos convidados a discursar foi o
projeto que criminaliza a homofobia, em tramitação no Congresso. O
senador Magno Malta (PR-ES) afirmou que há um objetivo de criar uma
“casta de homossexuais” e garantiu que a bancada evangélica não deixará
essa proposta ser aprovada.
Apesar
de o evento ter sido convocado como manifestação pacífica houve
truculência no palco quando seguranças confundiram, no palco, a bandeira
de uma igreja com a do movimento LGBT. O material era da Igreja
Quadrangular e foi apreendido de forma brusca pelos seguranças que
retiraram com força um pastor e outro integrante do grupo. Após ter sido
esclarecido que os envolvidos na confusão eram evangélicos a entrada
deles foi liberada, mas a organização confiscou a bandeira afirmando que
o material não poderia ser exibido para não vincular o evento a nenhuma
igreja específica.
JOÃO E O PÉ DE FEIJÃO
Há
muitos e muitos anos existiu uma viúva que tinha um filho chamado
João.
João
e a mãe eram muito pobres e, para se manterem, contavam apenas com uma
vaca, cujo leite vendiam na cidade.
Um dia,
porém, a vaca parou subitamente de dar leite, e a pobre mulher,
tendo perdido assim a fonte de seu sustento, ficou preocupada e sem saber
o que fazer.
João, de sua parte,
começou a procurar um emprego, com o qual pudesse ajudar a mãe.
Mas os dias foram passando sem que ele arranjasse coisa alguma para fazer. Assim,
a única solução que encontraram foi vender a vaca, pois o
dinheiro daria pelo menos para viverem por algum tempo.
João
logo se ofereceu para ir vender o animal na cidade, mas a mãe, achando
que ele não saberia negociar, a princípio não consentiu.
Entretanto, porque ela própria poderia sair de casa naquele dia,
não teve outro remédio senão concordar com a idéia.
Amarrou então uma corda no pescoço da vaca, para que
João não a perdesse e, depois de dar muitos conselhos ao filho,
deixou-o partir.
E lá
se foi João, com destino à cidade.
Quando estava no meio do caminho, encontrou
um vendedor ambulante que o cumprimentou muito simpático e
perguntou-lhe aonde estava indo com a vaca.
Assim que João contou que estava indo vendê-la
na cidade, o homem tirou do bolso um punhado de feijões, muito bonitos e
de cores e formatos variados, e mostrou-os ao menino, dizendo que
eles eram encantados.
A EDUCAÇÃO DO SER POÉTICO
Carlos Drummond
de Andrade
Por que motivo
as crianças, de modo geral, são poetas e, com o tempo, deixam de sê-lo?
Será a poesia um
estado de infância relacionada com a necessidade de jogo, a ausência de
conhecimento livresco, a despreocupação com os mandamentos práticos de viver –
estado de pureza da mente, em suma?
Acho que é um
pouco de tudo isso, se ela encontra expressão cândida na meninice, pode
expandir-se pelo tempo afora, conciliada com a experiência, o senso crítico, a
consciência estética dos que compõem ou absorvem poesia.
Mas, se o
adulto, na maioria dos casos, perde essa
comunhão com a poesia, não estará na escola, mais do que em qualquer outra
instituição social, o elemento corrosivo do instinto poético da infância, que vai fenecendo, à proporção que o
estudo Sistemático se desenvolve, ate desaparecer no homem feito e preparado
supostamente para a vida?
Receio que sim. A escola enche o
menino de matemática, de geografia, de linguagem, sem, via de regra, fazê-lo
através da poesia da matemática, da geografia, da linguagem. A escola não
repara em seu ser poético, não o atende em sua capacidade de viver poeticamente
o conhecimento e o mundo.
Sei que se
consome poesia nas salas de aula, que se decoram versos e se estimulam pequenas
declamadoras, mas será isso cultivar o núcleo poético da pessoa humana?
Oh, afastem, por
favor, a suspeita de que estou acalentando a intenção criminosa de formar
milhões de poetinhas nos bancos da escola maternal e do curso primário. Não
pretendo nada disto, e acho mesmo que o uso da escrita poética na idade adulta
costuma degenerar em abuso que nada tem a ver com a poesia. Fazem-se demasiados
versos vazios daquela centelha que distingue uma linha de poesia, de uma linha
de prosa, ambas preenchidas com palavras da mesma língua, da mesma época, do
mesmo grupo cultural, mas tão diferentes. Se há inflação de poetas
significantes, faltam amadores de poesia – e amar a poesia é forma de
praticá-la, recriando-a.
O que eu pediria
à escola, se não me faltassem luzes pedagógicas, era considerar a poesia como
primeira visão direta das coisas e, depois, como veículo de informação prática
e teórica, preservando em cada aluno o fundo mágico, lúdico, intuitivo e
criativo, que se identifica basicamente com a sensibilidade poética.
Não seria talvez
despropositado cuidar de uma extensão poética das escolinhas de arte, esta ideia
maravilhosa que Augusto Rodrigues tirou de sua formação humana de artista para
a realidade brasileira. Longe de ser uma fábrica alarmante de versejadores
infantis, essa extensão, curso ou atividade autônoma, ou que nome lhe coubesse,
daria à criança condições de expressar sua maneira de ver e curtir a relação
poética entre o ser e as coisas. Projeto de educação para a poesia (fala-se
hoje em educação artística no ensino médio, quando o mais razoável seria dizer
educação pela arte). A vocação poética teria aí uma largada franca, as
experiências criativas gozariam de clima favorável sem que tal importasse na
obrigação de alcançar resultados concretos mensuráveis em nível escolar. Sei de
casos em que um engenheiro, por exemplo, aos 30, 40 anos, descobre a existência
da poesia… Não poderia tê-la descoberto mais cedo, encontrando-a em si mesmo,
quando ela se manifestava em brinquedos, improvisações aparentemente absurdas,
rabiscos, achados verbais, exclamações, gestos gratuitos?
Alguma coisa que
se bolasse nesse sentido, no campo da Educação, valeria como corretivo prévio
da aridez com que se costuma transcrever os destinos profissionais, murados na
especialização, na ignorância do prazer estético, na tristeza de encarar a vida
como dever pontilhado de tédio. E a arte, como a educação e tudo o mais, que
fim mais alto pode ter em mira senão este, de contribuir para a educação do ser
humano à vida, o que, numa palavra, se chama felicidade?
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