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quinta-feira, 22 de novembro de 2012

O Tratamento da Oralidade em Sala de Aula – Uma Reflexão!





Por Cássio José

Universidade Federal do Ceará - UFC

Início de Conversa

Se considerarmos as orientações dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) alinhadas aos estudos da Linguística Aplicada, além, é claro, dos apontamentos dos pesquisadores em Educação, só há espaço na escola para o ensino produtivo. Você, ao ler essa assertiva, já deve ter encontrado várias razões para justificar esse posicionamento, então, para refletirmos, vamos discutir acerca de algumas questões.
           
É papel da escola fazer com que os discentes tornem-se cidadãos críticos e conscientes, tendo tanto as competências e domínios do saber quanto postura autônoma e crítica no meio social. Logo na Introdução aos Parâmetros Curriculares Nacionais encontramos o seguinte:

O propósito do Ministério da Educação e do Desporto, ao consolidar os Parâmetros, é apontar metas de qualidade que ajudem o aluno a enfrentar o mundo atual como cidadão participativo, reflexivo e autônomo, conhecedor de seus direitos e deveres.


No entanto, o que se percebe quanto ao tratamento das modalidades da oralidade e da escrita, é um pesado investimento nesta em detrimento de estranheza daquela, desprezando-a nos âmbitos escolares no que diz respeito a seu tratamento como interação social.


Escrita versus Oralidade

            É atribuição do Profissional da Educação não somente levar conteúdos programáticos para seus alunos, muito embora isso já seja muito complexo por motivos muitos. Um deles, pode ser o surgimento e discussão expandida das novas concepções teóricas e metodológicas que se levantam na modernidade. Mas, coexistente a isso, o docente deve proporcionar, através de suas aulas, momentos de aproveitamento a se provocar habilidades e competências além-escola.  Por tano, deve haver uma formação integral: conhecimento intelectual unido à formação pessoal e social do aluno.

O ato de ler se configura num conjunto de habilidades e conhecimentos linguísticos e psicológicos, estendendo-se, desde a habilidade de decodificar palavras escritas, até a capacidade de compreender textos escritos. Não são categorias polares, mas complementares: ler é um processo de relacionamento entre símbolos escritos e unidades sonoras, e é, também, um processo de construção da interpretação de textos escritos.

Tal como a leitura, também a escrita, na sua dimensão individual, é um conjunto de habilidades e conhecimentos linguísticos e psicológicos, não só numerosos e variados, mas radicalmente diferentes das habilidades e conhecimentos que constituem a leitura.



Assim sendo, as habilidades e conhecimentos de leitura se estendem desde a habilidade de decodificar palavras escritas e da capacidade de integrar informação obtida de diferentes textos, até à habilidade de, simplesmente, transcrever sons ou à capacidade de comunicar-se adequadamente com um leitor em potencial. E, tal como foi afirmado com relação à leitura, também aqui não são categorias polares, porém, complementares: escrever é um processo de relacionamento entre unidades sonoras e símbolos escritos e, ainda, um processo de expressão de ideias e de organização do pensamento sob forma escrita.


Os vários estudos da linguística demonstraram que existe uma enorme distância entre os modelos de língua, praticados socialmente, e a norma culta inserida na escola. No interior da escola há uma verdadeira neurose normativista que, incorporada pelos estudantes, vai acompanhá-los pela vida afora, dificultando-lhes o trânsito autônomo nas práticas sócioverbais mais complexas.


            Sabendo disso, queremos discorrer aqui a discussão de que há um estranhamento no tratamento entre a escrita e a oralidade. As competências e modalidades da oralidade e escrita são propostas de maneira dissociada de seus usos. Há um destaque para o trabalho da escrita e desvalorização para com a oralidade, deixando-a no esquecimento.


            Isso pode provocar a formação de cidadãos incapazes de usar as duas habilidades no contexto social.


Por que não mudar?

A proficiência no uso da linguagem é um processo que dura por toda a vida, sempre haverá espaço para o aprimoramento da competência comunicativa.

            O professor deve fazer com que seus alunos percebam que ambas são importantes no contexto social. Por tanto, deve trabalhar as duas modalidades de maneira que seus alunos sejam envolvidos em atividades em que haja conjunção tanto da oralidade quanto da escrita. Uma está em detrimento da outra. Para isso, pode rever sua metodologia em sala de aula e critérios de avaliação.
            No âmbito social o aluno formado tornar-se-á um cidadão crítico e consciente, sabedor de seus direitos e deveres. Em cada situação comunicacional terá um posicionamento maduro e eficaz.      

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